É relativamente comum que as tomadas dos fogões apresentem sinais de aquecimento, escureçam ou até derretam. A explicação encontra-se, na maioria dos casos, na forma como as instalações elétricas domésticas estão dimensionadas.
Por norma, as tomadas residenciais são preparadas para 230V e uma potência máxima de 3680W. Os cabos que as alimentam têm 2,5 mm² de secção e são protegidos por um disjuntor de 16A no quadro elétrico. Trata-se do standard definido pelas normas técnicas em vigor.
Nos últimos anos, muitas cozinhas passaram a abandonar o fogão a gás em favor de placas e fornos elétricos. Esta mudança, muitas vezes motivada pela estética ou pela comodidade, nem sempre é acompanhada por uma análise técnica adequada.
Ora, estes equipamentos podem facilmente ultrapassar os 6000W de consumo. Só este valor ajuda a perceber porque tantas tomadas acabam por aquecer em excesso.
Se considerarmos 6000W, rapidamente se conclui que seriam necessários:
- 26A de corrente (em vez dos 16A das tomadas normais);
- Uma tomada industrial, própria para esta carga;
- Cabos elétricos de pelo menos 4 mm²;
- Um disjuntor de 32A no quadro elétrico.
Na prática, ao ligar uma placa ou um forno potente a uma tomada comum, a instalação elétrica fica sujeita a quase o dobro da carga para a qual foi concebida. O resultado é inevitável: aquecimento, desgaste acelerado e, em muitos casos, a queima da tomada.



